quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Os sonhos e o mundo irreal

As palavras já escapam, já se misturam no meio dos sentimentos.
Sinto repetir-me, no fluxo constante de amor, paixão, excitação, medo e ciúme. Quase me perco em mim mesma, sentindo-me em caminhos desconhecidos, que percorro pela primeira vez.
O medo vem daí também. Reconheço-me pessoa com novas metas, assustadoras e delicadas.
Permitir-me acreditar em coisas que nunca acreditei é quebrar barreiras que construí muito antes de ser quem sou hoje. Proteger-me faz parte do meu âmago. automaticamente levantei barreiras, construí muros, tornei-me racional e imparcial. Tornei-me a justiceira da razão em público, e, só em privado, comigo mesma, me permitia sonhar com o que considerava impossível. Hoje já não me deito na cama horas a sonhar acordada, hoje vivo o sonho que um dia não imaginei porque nunca quis chegar tão longe.
Quando lidamos com o sofrimento todos os dias aprendemos a queimar o coração, a deixar que o sangue estagne e nos percamos no tempo, sem pertencer ao ontem, ao hoje ou ao amanhã. Aprendemos a esperar facadas nas costas, murmúrios escondidos que nos difamam, chapadas brutais que nos cegam os sentidos, compreendemos o mundo como um local sujo, amargurado, desprovido de cores vivas.
No momento que o coração começa a bater e o mundo a ganhar cor, sentimos que foge de nós a realidade, que entramos num mundo alternativo e inexistente. Sentimos que será fugaz como os sonhos que um dia não conseguimos agarrar por mais que uma noite.

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