domingo, 22 de fevereiro de 2015

filmes

As coisas não têm que ser certas ou erradas, neste mundo cheio de tons.
Nada está a 100%, e a realidade é tão palpável como o vento, sabemos que nos toca e que está lá, mas ninguém sabe dizer bem como parece.
Acho que tudo é assim aos nossos olhos e ao nosso toque. Tudo é imaginação e tudo se cria na nossa cabeça. é como ter uma maquina de fazer filmes, e não sabemos bem em que altura estamos no mesmo "cinema", em que momento o nosso filme se cruza com o dos outros, ou é se quer semelhante. Isso faz de nós uma incerteza, e dos outros também, como interagimos num mundo em que não há uma realidade única e comum a todos? Não seria muito mais fácil?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Segredo

Percorro o teu rosto com os olhos, e tento perceber que parte de ti me roubou a atenção no momento em que te pus a vista em cima. Não descubro qual o teu segredo para seres tão vivo e leve, mas a minha mente confidencia-me que deves ser tão leve como uma pena,que paira sem sair do mesmo sitio. 
Não te quero mal, nem tão pouco te desejo algo menos do que a maior felicidade, mas não seria fiel a mim mesma se dissesse que não te invejo um bocad(inh)o. Cansa este peso constante sobre os ombros, desta figura invisível que carrego, e que não sei como afastar. Mas quando estou contigo pareço pena leve como tu. Talvez por isso seja um pouco egoísta por te querer só para mim, por querer que me tires este peso que me prende ao chão e que me deixa sem forças para combater o dia. Parece que para mim existe uma nova lei da gravidade, que não puxa apenas o meu corpo mas também a minha vontade para o centro da terra. 
Oh bem, mas não é por isso que te procuro agora, gostava de saber esse segredo, que pareces guardar no sorriso, e que eu não consigo descodificar. Esse mesmo, de como não ter medo. De como seguir de pés assentes na terra como que dançando ao som da felicidade. 
Sorrio agora e estou relaxada, quando penso em ti, e na tua mão na minha. 
Obrigada por acreditares.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

conflito

O eterno conflito, não digo que entre o coração e o cérebro, porque de coração só nos vem o batimento, o sangue que nos corre nas veias. Mais um órgão. O cérebro não é mais um órgão, ele faz tudo, faz vez de razão e "coração", faz vez de emoção e pensamento, dá-nos e tira-nos tudo. 
Em que momento sabemos que estamos certos? Em que momento se acende a tal luz por cima da nossa cabeça iluminando o nosso caminho? Ou será que nunca sabemos? Será que caminharemos sempre às escuras? Entre o que deve estar "certo" e o sentimento de que está tudo errado? Como solucionar um sentimento de que somos errados?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Necessidades

É a cabeça que pesa, e o estômago que dá voltas. Os dentes que cerras quando tentas controlar os teus pensamentos, e a tristeza que te apanha, só porque não os consegues controlar. Porque precisas de algo, que não consegues dar a ti própria, Paz, companhia, conforto. Onde se arranjam coisas assim? Como damos a nós próprios aquilo que precisamos?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Esperança

Respirar fundo... contar um, dois, três, quatro... até o coração acalmar. Às vezes é difícil sermos paz e tranquilidade. às vezes as tempestades estão perto, que até ouvimos os trovões chegarem. é difícil, mas não é impossível. às vezes é só preciso acreditar. Se não houver esperança o que nos resta num mundo tão complicado como o nosso?

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Defeito

Como nos combatemos a nós próprios? Como lidamos com as falhas que sabemos que temos e que não sabemos como controlar? Como lidar com o ódio que às vezes sentimos dentro de nós e que nos faz querer magoar-nos a nós próprios? Arrancar cada pedaço de carne, causar ainda mais dor, porque a que temos não é motivação forte para mudarmos, testar o nosso limite, ver até onde vai esse nosso lado defeituoso, sem conseguirmos para-lo.

Como nos tornamos auto-críticos?

Quem vem primeiro? Será que a primeira pedra é atirada do exterior, ou será que somos nós próprios quem a atira primeiro? Quando é que nos começamos a olhar ao espelho como seres defeituosos? Quando é que nos começa a doer quando tentamos ser simpáticos connosco próprios porque achamos que ninguém será? Será que no fundo achamos que não merecemos? ou será que no fundo ficamos tristes porque achamos que os outros acham que não merecemos? Será que temos medo de não tentar mudar se aceitarmos as nossas próprias falhas? Afinal como podemos ter compaixão por nós mesmos e aceitar que somos pessoas com falhas e ao mesmo tempo muda-las? Como ser perfeitos? Ou, deveremos ser perfeitos?

Porque é que dói achar como tudo é injusto? Que a vida é uma imensidão de sofrimento?

Como é que pode estar tudo na minha cabeça?

Tenho defeito de fabrico.

Silêncio

É uma tempestade, de vento chuva neve e frio. Gela-te até aos ossos, que já nem sabes se te pertencem, já nem sabes se pertences a este mundo, tão enevoado aos teus olhos, Será que te vais agora? Ou será que ficas mais um pouco? 
"Porque não ficas?" exclama um mundo travesso para ti. "Há tantas possibilidades..." diz ele, rindo nas tuas costas enquanto te prepara a próxima partida. "dá me a tua mão e eu ajudo-te a levantar" enquanto te esforças para levantar uma mão que parece já não ser tua, e tem a vontade própria de permanecer no chão. E o mundo vai embora rindo entre dentes "Já que não queres ajuda fica então aí". e ficas só.
Não te importas de estar só. Às vezes esqueces-te do medo da escuridão e sentes-te bem em silêncio. Gostavas que calasse também os teus pensamentos, como pessoas que riem de ti enquanto te observam ai deitado no chão frio e molhado de olhos baços sem vontade de levantar. Poderás ficar tu aí eternamente enquanto se riem de ti, ou será que os fantasmas seguirão a sua vida, e tu ficarás finalmente no silêncio que buscas? Acho que a procura da felicidade é a procura de um mundo sem dor. 

A mente

Há marcas que ficam. Há cicatrizes, e dores que vão e que voltam, como um bumerangue. 
É possível tentar esquecer, arrancar da memória é que não é tão fácil, e por isso, nunca passa do tentar. 
Quem sabe um dia as cicatrizes sarem e desapareçam da pele, e nunca mais sejam recordadas. 
Até lá, terei que me habituar com as suas intrusões em alturas inapropriadas, quando não há sequer uma altura apropriada, e tentar não enlouquecer. 
É difícil lidar com pensamentos automáticos, quando nem mesmo temos noção deles, quando os sentimentos afloram a pele, nos deixam quentes e trémulos, e não temos pistas do porquê. Mas às vezes há um insight, e boom, surgem todas as memórias dolorosas, todas as noites sem conseguir dormir, todos os dias com a mente vagando tentando solucionar as dúvidas impostas, e os gatilhos para a dor e a dúvida são agora muitos. Porque não posso apenas mexer na minha cabeça e consertar? 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Foto

Tenho uma foto nossa entre as mãos. Tento sentir o calor do teu corpo encostado ao meu e o teu cálido sopro enquanto respiras encostado a mim. Nada sinto, além do extenso ar que nos separa. Tento fechar os olhos e trazer até mim o toque da tua pele, a sensação da tua barba a arranhar-me a mão ao de leve e as tuas mãos suaves a puxar-me para ti. Também não resulta. 
É tão difícil ter-te longe quando sei o que é ter-te a meu lado, a confortar-me no meio dos pesadelos e a manter-me segura dos perigos lá fora, e dos perigos dentro do meu próprio coração. Sabes que és o único que me segura os demónios que alojam o meu pensamento e só com a tua mão na minha eu os consigo ignorar.
É difícil ser eu quando estou longe de ti. E é difícil seres tu, quando te faço ser o homem que me segura para não cair. Pudesse eu exterminar todos os demónios, e não ter mais medo de enfrentar o mundo sem te ter a meu lado, e o faria sem pensar duas vezes, só para não te por sobre tanta pressão.
Mas tens aguentado bem esse papel, tens sorrido para mim com esse sorriso que me faz sentir mais quente e feliz, os teus braços continuam a ser o meu lugar preferido, e os teus lábios o meu cálice de felicidade. 
E o meu coração bate descompassadamente, como tu já bem conheces, quando te encontra, quando nos juntamos num sôfrego suspiro, e nos deixamos levar por impulsos superiores aos pensamentos. 
É isso que quero para sempre, para nós, os nossos encontros fugazes, de loucura e perdição, quando o mundo parece deixar de rodar e o tempo parar, quando não há palavras, e a banda sonora é a nossa respiração pesada e nada mais se ouve para além disso. É isso que quero para nós, e quero também os dias em que encosto a cabeça no teu peito e me deixo estar, ouvindo o teu coração que bate lentamente, porque estamos felizes, e os dias de viagens loucas, de descobertas e aventuras, sempre a teu lado. 
Só quero descobrir contigo a beleza de viver. E nada deve ser mais belo que adormecer e acordar ao lado de quem amamos.