sábado, 14 de maio de 2016

Saudade

Aqui estou eu, acordada na madrugada sem festa. Na escuridão que ficou depois de uma semana de folia.
Inevitável o choro que me assolou por entre trinar de cordas, por entre a melodia do bater dos sapatos nas calçadas, e da chuva lavando o rosto. Para recordar aqueles fortes abraços a pessoas que foram tudo, a pessoas que nos fizeram rir, e até a alguns desconhecidos que passavam e desejavam sorte.  Por entre toda aquela festa, foi Saudade que Coimbra gritou mesmo antes de eu partir.
Sinto que é cedo para deixar esta vida de estudante que tanto gosto me deu viver. Desde as festas até de manhã, até às noitadas de estudo com a melhor amiga.
Coimbra deu-me pessoas. Pessoas que me ensinaram sempre alguma coisa. Que me fizeram aprender. E por mais memórias e aprendizagens, é sempre pouco o tempo que estive com elas.
Ainda não chegou o momento de partir e o meu coração apertado já teme o futuro. Questiona-se se as amizades serão apenas de distância até que um dia se perdem, e sente já a falta destas pessoas que preencheram uma vida. Questiona-se sobre a entrada no mercado de trabalho, sobre a necessidade de ter um emprego, de trabalhar, e surge a questão "será que serei capaz".  Questiona-se sobre os novos desafios de que nada sabe, é só quer ficar mais um pouco nesta casa, neste lar, com esta família.
Sente que nunca será tão feliz como aqui.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Às desilusões. Aos dias demasiado comprimidos. Aos dias cinzentos e frios. Às tristezas. Às dores. À vida.
Mondego, que corres para a foz. Tocaria as tuas águas ou não tivesse receio de me inclinar demais e cair. Mas olho-te, e imagino-me a flutuar, devagar, para longe desta cidade. Para longe do mundo. Para longe de pessoas. Longe do mal.
E redes, que às vezes imagino transpor, separam-me de ti. 
E os abraços esquecem nas memórias das finas laminas que cortam a pele. 
E nada importa quando os olhos se fecham.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Caminhos

Corro anos em pensamentos. Deixo-me levar em memórias, que parecem tão distantes. Hoje pareço mais leve. Os dias têm passado à velocidade da luz, e estou agora no fim de um caminho que percorri com muitos altos e baixos. Voltava a percorrer todos esses caminhos. Uma e outra vez. Pararia o tempo e tentaria ficar onde fica a felicidade. Não sei que momento escolheria para fazer a pausa porque são imensos por onde escolher. 
Houve pessoas que apareceram na minha vida, marcaram-na e seguiram caminhos diferentes. Houve aqueles que sempre ficaram por perto. Aqueles que mesmo longe nunca estão longe. Os que mesmo querendo ficar longe cruzam o caminho de vez em quando. Os que nunca se vão embora, em tempo nenhum. Os que significaram tudo e hoje não significam nada. Os que significaram nada e hoje significam tudo. Os que sempre significaram tudo e hoje significam mais um pouco. 

Queria poder ficar.