domingo, 30 de dezembro de 2012

As quatro paredes.

Carrego um peso no coração.
É sempre bom regressar a casa, mas quando não temos mais casa, para onde regressamos?
Quando pertencemos ao mundo, e somos vagabundos nas suas ruas, não há fogo que não se apague pelo vento gelado que vem do norte, do sul, de todas as direcções.
Não há onde nos escondermos, nem o conforto de quatro paredes, um espaço a que chamar de nosso.

Quando se sabe o vencedor antes do inicio da batalha.

Soube-te tão bem impossível. Desde o inicio que o teu sabor era amargo; a dor; a esquecimento.
Desde o inicio eras salgado, como as lágrimas que um dia iria chorar por ti.
A minha ânsia foi forte, e quanto mais eu experimentava, mais te queria, apesar de saber tudo o que o futuro nos traria.
Cada momento mais longo na tua ausência era uma premeditação do que um dia teria que enfrentar.
Um dia restar-me-á um sabor esquecido a saudade, de um "nós" que nunca existiu.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O dia em que quis desistir

Como se arranca o coração?
Como se impede que ele grite de dor a cada corte cada vez mais profundo?
Porque se cura um coração que sentirá mais uma vez a dor antes mesmo de sarar?
Porque é que em cada defesa, cada muralha, há um ponto fraco donde irá tudo ruir de novo?
Como se deixa de acreditar?
Como se mata a esperança?

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Di'Di, Coimbra é nossa casa




"Já estamos quase no fim do 1º semestre do 2º ano e sinceramente eu devia estar a estudar. Mas sabes? Achei este um momento maravilhoso para rever fotos. E imagina só o que me aconteceu? Fiquei com aquela saudade feliz de quem passou por momentos maravilhosos e que sabe que não os pode viver a todos de novo. 
Tu e eu sabemos bem como é verdade que o melhor ano é o ano de caloiro. A novidade, as pessoas que se conhecem, uma cidade nova, todo um novo mundo à espera que nos o descubramos! 
Quem se sente orgulhoso desde o primeiro dia que sabe que vai frequentar esta universidade, quem se sente orgulhoso de vestir capa e batina, quem consegue olhar para Coimbra e sentir o coração cheio de emoção sabe o que é saudade. Saudade é o friozinho que nos enche o peito e que se derrama pelos olhos quando sabemos que Coimbra é uma fase passageira da nossa vida, e que um dia chegará a hora da despedida, apesar de lhe podermos sempre chamar casa, porque sempre lhe pertenceremos. 
Coimbra traz-nos grandes memórias, traz-nos grandes amizades. Coimbra trouxe-te a mim, e sempre me sentirei grata por isso." ♥

domingo, 16 de dezembro de 2012

"My heart is scared, my heart is gone"

Caminho com um buraco no peito.
Ele está camuflado com todo este excesso de pele. Mas eu sinto-o na perda de equilíbrio  Sinto no tremer do corpo, na sua tendência para a queda.
Sinto no fechar dos olhos para tentar repor algum cansaço que me consumiu, e sinto no cair das lágrimas invisíveis que ficaram presas na garganta.
Sinto na sensação de vómito, sinto na sensação de fome, sinto na sensação de nó no estômago.
Sofro com a tua ausência mesmo antes de partires. 
Talvez porque nunca chegaste efectivamente, e ficaste a milímetros de me tocar.
Mas esse passar de leve chegou para fazer o meu coração fugir e tentar seguir-te.
O frio que ficou embaciou a minha visão.
 Caminho olhando para os pensamentos e custa-me respirar a esta profundidade.
Sinto na febre ilusória.

Sinto na voz interior que chama por ti.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Tudo controlado!

A partir do momento que digo que está tudo controlado, não se fiem.
Significa exactamente o contrário do que possam pensar.
O controlo fugiu pela fresta da porta quando alguém entrou, e eu tento convencer-me repetidas vezes que ele está presente. Talvez esteja até a tentar fazê-lo voltar, fingindo que ele nunca partiu.
Mas eu continuo como se nada se passasse, salto em chão de vidro, brinco com o fogo como se nunca me fosse queimar.
Um dia o vidro parte e o fogo queima. Aí fico admirada como se há muito me tivesse esquecido que o controlo não me acompanhava mais. Mas é tarde, já me magoei.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Guias

Percorro uma estrada sem tomar atenção ao caminho. Os meus pés guiam-me como se tivessem vontade própria e não me perguntassem a cada passo que davam se eu queria realmente da-lo. Faça sol ou chova torrencialmente, eu continuo de olhar desfocado a sentir o calor dos raios de sol banhando-me, ou a chuva gelando-me até aos ossos. 
Enquanto há caminho eles avançam.
Só acordo realmente quando chego ao precipício  e o medo apodera-se de mim. Balanço na sua ponta, enquanto um pé teima em querer saltar e o outro não descola do chão. Cabe a mim ter a ultima decisão. Quererei eu tentar voar?

terça-feira, 27 de novembro de 2012

E se compararmos tudo ao amor?

É como ter começado a vida numa sala escura; nos primeiros anos de vida não vemos nada, essa escuridão engole-nos e consome-nos toda a força. Podemos correr e nunca vamos contra uma parede, nunca vamos contra absolutamente nada. Corremos, sem saber se é em círculos que andamos, sem saber se há um fim. Gritamos e as respostas que obtemos são os ecos de nós próprios. Por mais disformes que eles cheguem aos nosso ouvidos sabemos que são as nossas vozes que voltam a nós.
Depois, passado algum tempo conseguimos já ver os nosso próprios contornos, podemos apreciar os nossos movimentos, enquanto os nossos olhos se vão habituando à falta de visão. Caminhamos de braços estendidos, a tentar ver se algo próximo de nós se move também. Será um corredor extenso? Será uma sala vazia? Ou estará cheia de outros tantos como nós? Desta vez já conseguimos ouvir umas vozes diferentes, uns tons diferentes que se cruzam com os nossos ecos. Há com certeza alguém mais a gritar!
E então vamo-nos aperceber que começa a clarear, e que vemos mais pessoas ao nosso redor, que começam agora a ver-nos também. As vozes já não estão longe, e os significados já não se perdem na distância. Já podemos esbarrar contra paredes, muros, tropeçar em calhaus soltos, cair, magoar-nos. As palavras já podem ferir-nos. Tudo agora é mais profundo. Tudo agora é mais verdadeiro. Tudo agora é mais real. E há sempre contrapartidas. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Serás demasiado real?

Preferia-te a pessoa certa no momento errado. Os momentos errados tornam-se certos, ou podemos só esperar que esses momentos mudem, porque os momentos mudam como os ventos, mudam com o desfolhar das páginas, basta desenrolar a história, basta escreve-la com o nosso lápis afiado, e ter um apagador à mão para poder ir fazendo as correcções necessárias a ter o final que queremos.
Mas és a pessoa errada no momento certo. Não, Não sei bem o que isso significa. Os mais distraídos não notariam a diferença entre uma pessoa certa num momento errado e uma pessoa errada num momento certo. Mas eu não estou distraída, não volto a estar de novo. Já não sou ignorante nestes assuntos do errado e do certo; o errado tem me dado algum trabalho de casa.
E então é nisto que me deparo. És a pessoa errada em vários sentidos.
Não sei porque penso em ti os dias, as noites
Não sei, e temo pensar que seja por te saber tão errada, talvez no fundo
Eu não queira que sejas a errada, 
Talvez, 
talvez eu quisesse apenas, 
Que fosses
a certa.
Quem sabe seres a pessoa errada me faça ficar mais fascinada por ter-te conhecido e por nos estarmos a dar bem; em ti encontrei algo que não esperava. posso até adiantar-me e dizer que em ti encontrei o contrário do que esperava. Talvez saber à partida que eras a errada tivesse sido o meu erro. Talvez inconscientemente eu queira provar a mim mesma que não há forma de fugir de quem aparecesse por acaso. Talvez eu queira mostrar-me que todas as pessoas podem parecer as certas, só temos que dar a oportunidade delas mostrarem aquilo que têm para dar. 
Mas quem sabe tudo se trate apenas do momento certo.
Talvez seja tudo um grande engano deste excêntrico cérebro, 
que viu este momento como o prefeito
e queira agora fazer-me uma rasteira e ver se caio.
Não sei se será do momento, 
do momento ser o certo,
 de ter estado à (tua) espera, e me agarrar a ti (por)que apareceste.
Não paro de me questionar: 
Quanto tempo isto durará?
Que pensas tu disto?
Serei mais uma pessoa errada no momento certo?

“You have to promise you won't fall in love with me.”  
― Nicholas SparksA Walk to Remember

"When the days were long and the world was small"

"Hold my breath as you're moving in, 
Taste your lips and feel your skin."
Parachute - "Kiss me slowly"

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

"No there's no starting over // Without finding closure."

De todas as vezes que vejo algo em ti de que não gosto eu aponto mentalmente na minha lista de defeitos teus, com grandes setas, para me recordar todos os dias ao acordar, antes de recordar o teu sorriso. 
A lista já tem uma certa quantidade de coisas, e eu continuo a pegar em tudo o que posso para acrescentar.
Mas continuo a falhar. Quando acordo não penso nessa listinha, mantenho-a num canto da minha mente e lembro-me das vezes que sorris, das vezes que te aproximas quando não estou a espera, das vezes que colocas a mão no meu braço, das vezes que te sentas a meu lado.
Mas depois desse momento volto a tentar concentrar-me nos teus defeitos. Quando não te vejo. Porque basta ouvir a tua voz ao aproximares-te , e o que já faço automaticamente é fazer-te uma festa na cara. Tento convencer-me que simplesmente tens uma cara fofa, e que não se deve a nada esse magnetismo que tens e me faz querer dar-te uma estalada suave e dizer que és horrível.
Apesar de toda a força que estou a fazer para me afastar, para te esquecer, num momento de fraqueza percebi que a minha vontade não era dar-te festas na cara, era chegar junto a ti e encostar os meus lábios aos teus, era poder encostar-me a ti e fechar os olhos ao mesmo tempo que sentia os teus braços a fecharem-se ao redor de mim.
Diariamente luto contra estes pensamentos, diariamente tento convencer-me que isto não significa nada.
Pensei estar já convencida, mas os ciúmes teimam em aparecer e lembrar-me do que sinto.
Não sei o que é isto.
E sou sincera quando digo que não quero encontrar ninguém.
Neste momento quero estar sozinha.
Mas não sei o que isto significa, não sei como equilibrar isto com aquilo que sinto cada vez que te vejo. Com aquilo que sinto quando penso o quão diferente somos, e como sei que nunca vou suscitar nenhum interesse em ti. Com aquilo que penso quando te vejo afastar todos os dias um pouco mais na direcção oposta à minha. 
Só sei que és de alguma forma especial. 


"First, you think the worst is a broken heart
What's gonna kill you is the second part
And the third is when your world splits down the middle
And fourth, you're gonna think that you fixed yourself
Fifth, you see 'em out with someone else
And the sixth is when you admit
That you may have fucked up a little"

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Danças

Gosto de ver uma vela arder.
Gosto da luz alaranjada, e das sombras que dançam na parede.
Gosto do cheiro.
Gosto do calor.
É uma protecção contra o frio e a escuridão.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

GELO & FOGO

A minha pele é fria. Isto poderia levar a conclusões e dizer que sou gelo, que meu coração é pedra.
Tem graça. Sempre gostei do fogo. Sempre quis brincar com ele, mexer os dedos e pô-lo a dançar, como se fosse a minha marioneta. Gostava que embora fosse quente,  não queimasse. Como eu ; Por dentro.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Febril

Encosto a minha face rosada à janela. Lá fora chove e o vento sopra por entre as árvores. Ele está bravo e empurra as gotas contra esta janela, querendo perfura-la.
Fecho os olhos e sinto o baque das gotas, e o uivo do ar. 
A minha febre não baixa. 
Não abro os olhos para não me permitir a alucinações
Os meus sonhos queriam provocar-me uma partida, quando te meteram bem a meu lado, a abraçar-me fortemente. Agarrei-me em ti em sonhos. Entrelacei os meus dedos nos teus, e deixaste-me encostar a cabeça no teu peito.
Estavas quente, tal como sempre me recordo de ti.
Era a febre. Esta febre que teima em não me abandonar. Ao contrário de ti, que teimas em não querer ficar.
Então encosto-me a esta janela gelada, e a luz da lua, em quarto minguante, empalidece-me. Este frio mantém-me acordada, e impede-me de me render a esta vontade de te procurar em outro lugar, bem longe da realidade...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Feito de plumas

Bum bum bum
Sinto fraquezas. Sinto quebras na pulsação.
Bum bum. ... Bum... Bum..................................Bum

O tempo transformou-se, está irregular, e eu flutuo. Torno-me parte dele. 
Quando caio, não estou a cair na verdade, estou a deixar o tempo segurar-me.
Não resisto e fecho os olhos. Deixo-me voar com ele.
O meu sangue pára de percorrer o meu corpo no sentido normal. Não há mais regras, ele pode parar, pode decidir qual a direcção que toma. O tempo dá-lhe essa liberdade. 

Bum....... Bum......... Bum................................................. Bum.......................
Há todo um novo ritmo, que me balança,
Um novo ritmo que me leva sem destino

Aqui não é preciso saber respirar.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Prenúncio

A minha alma enverga o vermelho, e o meu coração o preto. 
Talvez não haja razão para toda esta intensidade. 
Mas este preto simboliza a dor. A dor de ter perdido algo que nunca cheguei a ter. A dor preenche, fulminante. Queria poder apaga-la, tal como queria evitar que o sangue escorresse da ferida aberta.  
Mas é difícil. O sangue não parece querer estancar e a dor não abranda. 
As luzes vão apagando na cidade, uma a uma, até ficar completamente escuro. Parece que todo o mundo foi embora. E deixaram-me. Deixaram-me com esta ferida, e encharcada em sangue. Deixaram-me para trás, porque ninguém me saberia curar, e a escuridão era já demasiada para se poderem aproximar. 
Ainda caminhei, deixando grandes poças de sangue atrás de mim e um cheiro nauseabundo. Mas apesar do prenúncio a morte, o meu coração continua a bater.

sábado, 20 de outubro de 2012

Queria ser correspondida, mais uma vez

Hoje sinto-me nostálgica e vou dirigir-me a ti que já saíste da minha vida:
Já lá vão uns meses, desde aquele dia em que te conheci. 
Hoje, como há outros (quase) tantos meses, mantenho o "adeus", ao teu intermitente "até um dia". 

Quando te conheci, pensei seres a pessoa certa. Primeiro, quis manter os pés assentes na terra.Não criei sonhos em relação a nós. Serias simplesmente um amigo. Um amigo muito parecido comigo, uma pessoa tão semelhante, como não me lembrava de antes ter encontrado. Era capaz de estar tempos e tempos a falar contigo. Depois, quebraste-me as barreiras com as tuas palavras. Não consegui resistir. Não quereria resistir mesmo que conseguisse.
Mas um dia tudo tende a acabar, e nós acabámos muito cedo. Ainda estava a começar a saborear o teu calor junto a mim, a habituar-me à tua "presença". Por breves momentos, quando me desiludiste e fugiste de mim dum momento para o outro, quando eu pensava que já nem eu ia fugir de nós, garanti que nunca te deveria ter conhecido. Foi por breves momentos. 
Agora, não digo estar apaixonada por ti. Não estou. Somos meros desconhecidos. Não trocamos palavras, apesar de eu já ter tentado uma aproximação. Queria a tua amizade, porque eu realmente gostava de ti. Talvez daqui a uns dias, talvez daqui a uma semana, talvez te volte a dizer "olá". Mas admito que foi bom conhecer-te. Foi bom saber a sensação de conhecer a pessoa quase perfeita para mim. Digo "quase" porque não eras a pessoa perfeita. Mas ainda hoje eu recordo aquilo porque passámos e sei que gostava de repetir. Não contigo, nem de igual forma. Mas gostava de voltar a sentir que a pessoa seria perfeita para mim. Que encaixávamos como duas peças únicas para completar um puzzle, e lhe dar sentido. Que eu queria tanto como a outra pessoa formar um "nós". Sim, acho que no fundo posso dizer que é disso que sinto falta. Sinto falta de partilhar interesses. Sinto falta de partilhar as visões. Sinto falta de ser correspondida. Posso quase dizer, que não é de ti que sinto falta, mas sim do que tivemos. Foi tudo muito rápido. Um amor condenado desde o inicio, que mesmo assim lutou durante uns tempos contra as adversidades. E quando desististe, eu quis culpar as circunstancias. Talvez seja por isso que parece tão perfeito. Nunca houve uma discussão. Nunca um desentendimento. Foi tudo demasiado repentino, e hoje tendo a só me lembrar do que de bom se passou entre nós. Talvez seja um erro, mas não sei vê-lo de outra forma.

Não és só tu que te apaixonaste por outra. Eu, que já antes tinha sentido algo de especial por alguém, depois de me deixares voltei a sentir por essa pessoa. Mas essa pessoa, essa pessoa não olha para mim da mesma forma. E sabes o quanto isso é crucial? Sabes o quanto é crucial para mim ser correspondida? Só quando me sinto correspondida abro o meu coração totalmente. É por isso que ainda hoje penso em ti, e naquilo que senti. Porque para ti abri o meu coração sem reservas. E apesar de me teres virado as costas, e de hoje não falarmos, ainda lembro quando reservavas sorrisos só para mim. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Estou a deixar-te ficar

Estás a perder o teu encanto. Mas espera. Não me tomes por mais uma dessas raparigas que não sabe o que quer, que não sabe o que sente, que tem os seus sentimentos a voar de pessoa para pessoa. Não me interpretes mal. Sei tudo aquilo que já te disse, e tudo aquilo que já senti na tua presença. Sei o quanto já me entristeci nos dias mais escuros, com saudades tuas, com ciumes dos teus sorrisos para outras pessoas, com o teu distanciamento em certos momentos. Sei o quanto custa a este pobre coração não ser alguém especial para ti. Mas há algo diferente. Toda essa tristeza permanece, mas há algo mais; neste momento apercebo-me realmente das nossas diferenças enormes. Diferenças que não tinhas antes e que tens hoje. Diferenças que estão a crescer, que nos separam a passos largos. Não entendo em que momento ficámos tão diferentes, mas sei que a noite passada, ao ver-te, talvez  sendo até o que sempre foste, já não consegui ver a mesma pessoa. Já não consegui achar piada às tuas expressões, não conseguir rir como elas riam. Hoje sinto que deixaste de crescer. Que nalgum momento ficaste parado e não mais desenvolveste. Sinto que te ultrapassei, neste caminho que um dia seguimos tão próximos. Hoje sinto que ficaste pelo caminho, e que apesar de eu te tentar puxar comigo para continuarmos juntos, tu te foste deixando ficar.  E um dia deixei de te ver atrás de mim, e permaneceu uma memória durante um tempo. Uma memória do que foi seguires a meu lado. E hoje, hoje segues bem atrás de mim, e apesar de por vezes eu esperar e pensar que já voltaste a caminhar a meu lado, voltas a deixar-te ficar para trás. 

São essas outras pessoas, são essas que te fazem ficar aí, que te fazem abrandar o passo. Mas eu não abrando, eu não me deixo ficar. Eu gosto de avançar, gosto de perseguir o trecho seguinte de estrada, e descobrir o que se segue, o mais rápido possível, e mesmo assim aproveitar bem aquilo com que me deparo.
Percebo hoje, que sou bastante flexível, mas tu não. Afinal, talvez o problema não seja meu. Simplesmente não dá.
Estou a deixar-te ficar, e a seguir sem olhar para trás.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Só Amizade, digo

Estou a fazer uma colecção.
Colecciono os pedaços de palavras que oiço saírem desses lábios mesmo que não ligue aos seus significados. Gosto do som da tua voz. Gosto como vibra tão direito aos meus ouvidos, e num sopro me aquece por dentro. Gosto de ver esses teus lábios esticarem-se para um sorriso, que é capaz de dar cor aos dias mais cinzentos. Gosto como esse teu sorriso chega aos teus olhos, e aí colecciono o brilho que eles contêm, estrelinhas que apanho, um bocadinho de cada vez, com medo que mesmo inesgotáveis elas se esgotem.
Colecciono os teus toques supérfluos,  quando vens e te encostas a mim sem razão. Colecciono os momentos em que me apoias, os momentos em que me abraças e me proteges por segundos do mundo lá fora, os momentos em que fazes dum simples toque no braço uma alavanca para o sol mostrar um sorriso, um fogo se acender no meu peito, e o dia ficar simplesmente melhor.
Colecciono-te. Porque preciso de ti.
Isto é só amizade, certo? 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Tantas coisas que gosto em "nós"

Pode parecer estranho, mas se pudesse escolher não serias o meu par ideal.
É estranha a maneira como me sinto em relação a ti.
Sinto-me bem na tua presença, melhor do que na presença de muitas outras pessoas. Gosto de te dar um abraço, gosto de encostar a minha cabeça no teu ombro, gosto quando me revelas coisas tuas, e quando o estás a revelar só a mim. Gosto quando me procuras para te fazer companhia. Gosto quando ralhas comigo quando vou embora e te "abandono". Gosto quando ficas chateado quando finjo não me importar contigo. Gosto quando mandas mensagens quando não estou contigo. E gosto ainda mais quando brincas comigo, mesmo sabendo que tudo não se tratará apenas e sempre duma brincadeira.
Contudo, sei que isto nunca resultaria. Acho que somos muito diferentes, apesar de não saber nomear essas diferenças.
Seremos amigos. E vou aprender a contentar-me com isso.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Diferenças


O teclado é um conjunto de letras desfocado. Escrevo a pensar em ti, e é a ti que vejo à minha frente.
Inevitavelmente a lembrança do teu sorriso faz as minhas lágrimas soltarem-se, pois sei que nunca vais sorrir só para mim.
É estranho a mistura de sentimentos que me provocas, e mete-me raiva saber como todas as nossas diferenças para ti nos afastam, e para mim são meros pormenores insignificantes. Estas diferenças para mim, estes defeitos que eu tenho, para mim torna tudo mais real.
Mas e tu não tens defeitos? Serás tão perfeito assim? Mas isso não faz de ti irreal? Mas não podes ser irreal, eu sinto o teu calor, o teu toque, quando te encostas a mim, mesmo que fugazmente.
Gostava de saber o que pensas de mim. Gostava de saber o que vai na tua cabeça que nos separa, que nos coloca em mundos separados. Não será possível construir uma ponte que nos ligue um ao outro?

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Gostava de morar em ti.


É difícil fugir da tua presença. Não há refúgio para quem te queira tão bem quanto eu, se é que exista esse alguém no presente. É difícil não procurar um toque, por mais breve que seja, sentir a tua energia electrificar-me o corpo todo. E é impossível não querer mais, não esperar com ânsia que um dia esse toque não acabe.É a mentir com toda a alma quando digo que te vou arrancar do meu coração, por não me quereres, porque diante de ti, não me quereres não é uma razão suficientemente forte para eu não te querer a ti. 
Até há pouco tempo era Verão, e agora as gotas decidiram cair , compadecendo-se comigo, e com este amor por corresponder. Eu tentei perseguir o teu coração, mostrar-lhe que ele já tinha um lugar ocupado em mim, e de ti não vi nenhum movimento na minha direcção; Então parei. E hoje, hoje vi-te de longe, caminhando à minha frente, seguindo o teu caminho. Sei que me queres ao teu lado, mas não do lado esquerdo, do coração - queres-me do outro lado, e será onde me terás. Mas nunca será a mesma coisa. Nunca.

sábado, 22 de setembro de 2012

"Amor é fogo que arde sem se ver"

Poderíamos ser mais que luzes que dançam sem se tocar
Pirilampos na noite escura
Que fogem para não se encontrar

Temo seguir-te
e pôr cobro a esta distância que nos aparta,
que me desola

O calor que me consome se quer libertar
deste peito apertado, quer reunir-se a ti
E abalar esse teu mundo

Quero acordar este vulcão,
e que ele nunca mais adormeça
para que nada do que restar sejam apenas cinzas

Amamos o fogo, Porem teme-mo-lo
Que um toque demorado
incandesça o sangue das nossas veias...

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Coimbra

Coimbra é uma cidade especial.
Pode até não ser diferente de tantas outras cidades em termos de movimentação, serviços, habitação. Mas as suas gentes são especiais.
Coimbra tem uma cidade dentro dela. A cidade dos estudantes universitários. A tradição emana de cada esquina. Quantas capas já passaram a milímetros do chão em cada rua, quantas vozes se juntaram para cantar as mais belas canções, os mais belos fados?
Quantas raparigas foram à janela ouvir uma serenata?
Quantas pessoas encontraram o seu amor à beira do Mondego, e quantas pessoas não juraram que queriam cá ficar para sempre?
Viver Coimbra é respirar histórias intemporais, segredos nunca revelados, encontros ao luar, livros cheios de conhecimento, e tanto conhecimento ainda por encontrar dentro de mentes brilhantes que por aqui se passeiam.
Coimbra tem tudo, e aqui fazem-se as melhores amizades, amizades que durarão a vida inteira. Criam-se laços inquebráveis, e cresce-se a todos os níveis. Coimbra é o primeiro passo para a independência, o resto vem a seguir.
Mas Coimbra também deixa saudades, afinal, são os melhores anos das nossas vidas.