segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Febril

Encosto a minha face rosada à janela. Lá fora chove e o vento sopra por entre as árvores. Ele está bravo e empurra as gotas contra esta janela, querendo perfura-la.
Fecho os olhos e sinto o baque das gotas, e o uivo do ar. 
A minha febre não baixa. 
Não abro os olhos para não me permitir a alucinações
Os meus sonhos queriam provocar-me uma partida, quando te meteram bem a meu lado, a abraçar-me fortemente. Agarrei-me em ti em sonhos. Entrelacei os meus dedos nos teus, e deixaste-me encostar a cabeça no teu peito.
Estavas quente, tal como sempre me recordo de ti.
Era a febre. Esta febre que teima em não me abandonar. Ao contrário de ti, que teimas em não querer ficar.
Então encosto-me a esta janela gelada, e a luz da lua, em quarto minguante, empalidece-me. Este frio mantém-me acordada, e impede-me de me render a esta vontade de te procurar em outro lugar, bem longe da realidade...

Sem comentários:

Enviar um comentário