quarta-feira, 29 de julho de 2015

No melhor e no pior.

Gosto de ti. Muito.
Gosto da nossa vida pacata, até quando nos sentamos no sofá e eu vejo um filme qualquer que apanhei a meio na tv enquanto tu vês o que há de novo no facebook. 
Não deixo de gostar, mesmo quando me matas de susto quando vais bem a cima do limite da velocidade, ou quando fazer peões é sinonimo de diversão para ti, ainda que para mim não seja. 
E não trocava qualquer dia em que me tiras do sério por um dia noutro lugar qualquer. Porque estar ao teu lado, mesmo nos piores momentos, é melhor do que uma vida sem ti. E tenho a certeza disso, pois mal damos as costas um ao outro, depois de um beijo e um abraço demorado, a minha garganta fecha, e o meu peito aperta-se, por não saber em que dia te vou voltar a ver.
Se desejar até os piores momentos não é amor, então não sei o que seja.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Nossa história

Não preciso que a nossa história seja a mais bela, nem que seja a mais longa.
Preciso que a nossa história seja só nossa. Que continue como uma lagoa parada, refrescante no verão, e uma lareira acesa e acolhedora no inverno. Quero que continuemos a caminhar lado a lado olhando ao nosso redor mas nunca alheios às nossas mãos dadas. Que sejamos soltos, sem nunca sermos separados. Quero que o mundo olhe para um de nós e veja o reflexo do outro no sorriso. Quero morar no teu abraço e viver sempre no teu coração. 
Quero que a nossa história seja sobre finais felizes. E meios também.
Que continuemos a surpreender-nos com coisas pequenas, e a renovar a nossa felicidade.
Quero que a nossa história tenha muitos capítulos, e nunca chegue ao fim.

sábado, 11 de julho de 2015

Ainda hoje

Volta hoje para o meu abraço, amor. Não me deixes mais à espera do teu beijo doce, e do teu sorriso meigo quando me olhas. Volta hoje pela noite, e aconchega-te a mim na cama quando chegares, deixarei a porta aberta, e da janela entrará a luz da lua, que te guiará até mim. 
Aperta-me junto ao peito, e deixa-me pousar esta cabeça cheia de cantos escuros que murmuram pesadelos. Dá-me essa paz que trazes na tua alma, partilha comigo esse coração de ouro, e nunca mais me deixes chorar. 
Volta a segurar as minhas mãos nas tuas, e protege-me do mundo lá fora, porque perco o rumo sem ti. 
Volta ainda hoje, porque falta tanto para amanhã.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Febre

Ela estava só. E há muito tempo assim estava. 
Mas sonhava. Sonhava tão alegre como em dor, por querer aquilo que não existia se não no seu pensamento. Fazia histórias entre fios e fios de imagens coloridas. De paixões arrebatadoras, encontros e desencontros intensos e de tirar o fôlego. E suspirava, enquanto lhe doía o coração, por querer demasiado. 
Lia romances e sonhava mais alto com o seu. Com um toque proibido, que a fazia morder os lábios para se castigar por querer algum bandido a morde-los e a deseja-los. Queria que lhe roubassem a sua essência sem pedir, que a puxassem e mal a deixassem respirar com o desejo. Que não a deixassem pensar entre os beijos fogosos, e a fizessem arder como se estivesse com febre.
Ela queria um amor que a consumisse.
E era assim consumida pelo próprio pensamento. E era infeliz.

domingo, 5 de julho de 2015

O fantasma

Ela mal dormia, rebolando entre os lençóis. Lembrava-se do cheiro dele, e da forma como ele pousava a cabeça entre os seus cabelos, que cheirava enquanto a puxava mais para si. 
Adormecia por segundos, e voltava a acordar incerta se algum dia as palavras tinham sido trocadas, e os lábios quase tocados, enquanto o tom era baixo, em segredo. Uma pontada no âmago teimava em aparecer com o pensamento de que ele a queria, e que os olhos no silêncio pareciam devora-la. 
Mas ele não existia. Era apenas uma sombra sem corpo, que habitava os seus pesadelos, e lhe queimava a pele e a fazia tremer. Era apenas o seu fantasma, uma paixão intensa sem nome. Uma história para adormecer.