quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ideias do Aconchego

Desvaneço-me por entre os teus braços, nesse calor que o teu corpo emana sobre o meu. Fecho os olhos e flutuo por magia, numa nuvem que paira num sonho encantado.
Cantas-me ao ouvido, murmúrios que ficam longe e perto como a maré, e o som da tua voz banha-me em ondas cálidas.
Os beijos que de seguida depositas na minha testa fazem com que me enrosque mais em ti, como uma gata preguiçosa, que passaria o dia aninhada junto ao dono.
És dono de um coração lustroso, no fim de enrugado cresceu e se pôs novo, para poder dar brilho ao teu também.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

A surpresa

Ela queria surpreender.
Mas os jantares às luz das velas estavam já há muito esgotados, e todos os dias eram especiais.
Bastava dar as mãos para um arrepio a percorrer, para a corrente eléctrica os ligar um ao outro.
O mundo parava a cada cruzar de olhares. O mundo parava a cada abraço. O mundo parava só para eles, porque eles eram um do outro, e o mundo não lhes podia tocar, nem o tempo, nem algo exterior a eles mesmos.
Nesse dia ela acordou com vontade de atiçar aquela paixão, que era sempre tanta, mas nunca demais. Tirou a caixa do armário, bem guardada, para uma ocasião como aquela. Retirou o conteúdo e sentou-se na beira da cama a admirar a sua aquisição. Duas peças de seda preta e renda vermelha, a lingerie mais sexy que ela conseguira encontrar, e um robe de seda preto para aumentar o conjunto. Contrastavam bem com a sua pele cor de neve, e com as suas faces rosadas, devido a um pouco de vergonha por ter comprado um conjunto tão inesperado. E foi assim que ela o esperou na cama nessa noite, ansiando pelo momento em que aquelas peças ficassem esquecidas pelo chão..
Oh! como eles eram loucos um pelo outro! E se devoravam, como quem se sacia só com o amor. E o mundo parava de girar, só para que eles se pudessem amar um pouco mais.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

O tema da actualidade

Há um gosto qualquer pela exaustão.
Deixar as pessoas exaustas. Sempre a mesma conversa, sempre a mesma discussão. Até as pessoas deixarem de querer saber, porque já custa responder sempre a mesma coisa, aos burros que não querem nunca ouvir.

Há uma praga de acéfalos por ai, pelo que se ouve dizer. Pelo que parece faço parte dessa grande massa de serial killers, ditadores, uns autênticos fascistas.
Temos essa massa de fascistas e serial killers que o único crime que cometeram foi andar a brincar às escondidas, à apanhada, trocar de lugar com colegas, conhece-los. E fazer um pouco de exercício físico, quem não o fez na escola também? Por vontade própria. 
Mas claro, nós somos os maus por organizar as actividades que nos pedem que realizemos, porque se for uma por mês os caloiros já nos vem dizer que é pouco e querem mais. Temos os pobrezinhos dos caloiros, que se alguma vez choram é de tanto rir. Mas não, eles são a massa acéfala, como nós, doutores, que não percebem que estão a ser humilhados com as brincadeiras, como também foram humilhados quando brincaram em criança!
Se nos devemos preocupar com a falta de condições numa faculdade? Com alunos sentados no chão a assistir a aulas, ou mesmo a realizar exames, ou salas com péssima acústica que a partir da terceira fila já ninguém ouve nada? Ou preocupar com a falta de profissionalismo de tantos professores? O elitismo que eles sim possuem? Ou mesmo com a falta de organização dos órgãos administrativos que nunca resolvem um problema de um aluno?
Não, não nos devemos preocupar com nada disso, porque os doutores são acéfalos e andam a pagar propinas para beber uns copos na noite e praxar uns caloiros, e os caloiros, não devem ir as aulas, afinal, os doutores são tão cruéis que não devem deixar! A PRAXE é a culpada!

Acho terrível como "meia dúzia de gatos pingados" pensam que podem vir dizer "Tu não fazes!!Porque EU acho mal!", pensando-se no direito de vir decidir algo que é de decisão pessoal, individual, e que mais ninguém tem a ver com isso. 

Nada é perfeito, e há sempre más pessoas em todo o lado, mas aqui, só se sujeitam ao que querem.
E ai de quem me venha dizer que não posso meter-me de quatro se eu o quiser fazer. 


Quando não estás...

Quando não estás penso-nos num banco de jardim.
Na primavera, em que as flores estão viçosas, a paisagem é verde, o sol nos aquece o corpo e os pássaros nas árvores nos dedicam uma melodia.
Como no tempo em que nos conhecemos.
imagino-me sentada no teu colo, e tu apertas-me nos teus braços por eu ter medo de cair. É já um hábito teu me segurares quando um temor me enche a cabeça.
Fechamos os olhos e sei que ambos pensamos ao mesmo tempo no quanto o nosso amor cresce, como um filho de quem cuidamos diariamente.
Sorrimos, para nós e um para o outro.
E pegas em mim para dançarmos, com os corpos colados, com os pés acima do chão. Porque já voamos de tão leves nos sentirmos quando juntos.
É assim quando não estás ao meu lado. Quando estás, é tudo ainda mais perfeito.