sábado, 14 de maio de 2016

Saudade

Aqui estou eu, acordada na madrugada sem festa. Na escuridão que ficou depois de uma semana de folia.
Inevitável o choro que me assolou por entre trinar de cordas, por entre a melodia do bater dos sapatos nas calçadas, e da chuva lavando o rosto. Para recordar aqueles fortes abraços a pessoas que foram tudo, a pessoas que nos fizeram rir, e até a alguns desconhecidos que passavam e desejavam sorte.  Por entre toda aquela festa, foi Saudade que Coimbra gritou mesmo antes de eu partir.
Sinto que é cedo para deixar esta vida de estudante que tanto gosto me deu viver. Desde as festas até de manhã, até às noitadas de estudo com a melhor amiga.
Coimbra deu-me pessoas. Pessoas que me ensinaram sempre alguma coisa. Que me fizeram aprender. E por mais memórias e aprendizagens, é sempre pouco o tempo que estive com elas.
Ainda não chegou o momento de partir e o meu coração apertado já teme o futuro. Questiona-se se as amizades serão apenas de distância até que um dia se perdem, e sente já a falta destas pessoas que preencheram uma vida. Questiona-se sobre a entrada no mercado de trabalho, sobre a necessidade de ter um emprego, de trabalhar, e surge a questão "será que serei capaz".  Questiona-se sobre os novos desafios de que nada sabe, é só quer ficar mais um pouco nesta casa, neste lar, com esta família.
Sente que nunca será tão feliz como aqui.

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