domingo, 21 de fevereiro de 2016

Vai

Chegaste. Afastado. Como sempre. 
Hábito, rotina, hoje já não nos dirigimos um ao outro. Não sei em que momento nos perdemos, ou se alguma vez nos tínhamos encontrado. Fingi uma indiferença que não sinto, na esperança de ela nascer em mim, e eu não procurar mais a tua presença ou a tua aproximação. 
Cansei de dormir só, gelada, numa cama demasiado grande para um só corpo. Na noite fria, que me atacava já a garganta, decidi deixa-te ir. Procurei outro corpo, quente, que me fervesse o sangue. Que me tocasse. Procurei outros beijos, que loucos me enlouquecessem. Procurei outros braços onde me aninhar para dormir, por esta noite, que já longa vai. 

Ficaste adormecido na memória, enquanto eu continuava acordada.

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