domingo, 14 de fevereiro de 2016

Se eu pudesse...

Pudesse eu.
Pudesse eu pôr um ponto final nas noites mal dormidas. Nos sonhos que me atacam entre viagens de autocarro. No silêncio que me acorda na noite escura. Nos sons que me sobressaltam e me incomodam. No adiar da noite, e no adiar do dia,
Pudesse eu sentir o aconchego do cobertor e ficar em paz. Enrolar-me sozinha nos lençóis lavados, fechar os olhos e dormir. Dormir sem sonhos, e despertar enérgica. Passar o dia acordada.
Pudesse eu dizer que estou segura. Que o mundo é feito de coisas boas. Que ninguém existe que me faça mal. Que não há monstros na escuridão, que não há sombras esquisitas que me perseguem.
Pudesse eu dizer adeus ao passado e nascer de novo, noutro sitio. Quem sabe não existiriam tantos medos.

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