terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Incómodo

Bateram-me à porta e fui abrir de coração sobressaltado. Mas não eras tu.
Sorriram, e sorri de volta. Mas não eras tu.
E fiquei triste porque quando abriram os braços para me receber eu pensei que não eras tu.
E tu, que nunca foste nada que começou nem que acabou, nunca pensavas que não era eu. E quando eu era, não sei o que pensavas.
E quando outros me fechavam a porta na cara eu procurava-te e sentia-me suja por achar que te procurava por não ter mais ninguém. E depois quando me chamavam para o colo eu resistia, por querer o teu. E chorava de mansinho por te querer e saber que nunca te teria. E por te desejar e saber que nunca ia desejar alguém desta forma. E por gostar do teu sorriso, e de te ouvir falar mesmo que não dirigido a mim. E por ter a resposta a que um dia te respondi que não sabia, e saber que não era a resposta que querias ouvir. sim incomodava-me. Sim incomoda-me não te ter. Sim incomoda-me querer-te deste jeito irrazoável. Incomoda-me não saber mais de ti. Incomoda-me não ter a tua mão na minha, e os teus abraços apertados. Incomoda-me já não querer apenas os teus beijos. E querer mais. Incomodas-me, mas eu quero-te tanto.

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