sexta-feira, 17 de maio de 2013

Fatalismo.

"não vai resultar, comigo nunca resulta"

Já sei, desde inicio. O sonho repete-se todas as noite, e eu acordo coberta de suor, e lágrimas nos olhos,
Podia fazer juras, podia gritar o teu nome alto, ouvir-se-ia tão longe
Não.

Não ontem, Não hoje, Não amanhã-
Não faço juras
Estou mas não estou
Vejo-me de longe
Eu não sou eu quando estou contigo
Mas também não sou outra pessoa, não sou parte, não sou partes, não sou metade, nem sou só um pouco. Sou eu. Só que não sou. Vês-me à tua frente, tocas-me. Pareço-te real? Sou real? O que é real?

Como sabes o que é real? Sentes o coração bater? Eu sinto sempre o coração bater , não é justificação. Sentes o quê quando é real? O que sentes diferente? O coração bate duma forma especial? é verdade que as cores se tornam mais vivas e as borboletas enchem-nos o estômago e a vida? Senti-mo-nos voar mesmo não tendo asas? Flutuamos em vez de andar? Trazemos uma melodia connosco, e de repente a nossa vida possui banda sonora?
É essa a descrição que se faz? Mas então, tudo parece um sonho, como pode ser real?

Eu vejo-me de longe, observo-me. Parece mesmo um sonho, Que sorriso é aquele? E o brilho nos olhos? A que se deve? Tudo por causa dele?
Porquê a mão dada? A ligação é real? As mãos procuram-se uma à outra, como se de íman se tratassem. Eu observo. Que magia é esta? É magia certo?



Magia, realidade, sonho, vai dar tudo ao mesmo não é? Seja o que for. Eu acredito no mesmo. Acredito que tudo tem um fim, não sei procurar o que é real, tenho medo. O medo prende-me, o corpo, os movimentos, o coração, o cérebro, congela as borboletas, e o próprio ar. é forte o suficiente para congelar a total existência. Mas congela-me só a mim, e a toda esta vontade de SENTIR.

Quero libertar-me. Quero libertar-me do medo que é sentir. Quero libertar-me do medo de acabar, do medo da solidão, do medo de entregar-me na mão de alguém que me vai deixar cair e não me ajudará a levantar. Quero libertar-me do medo que sempre tive desde que cai a primeira vez. Quero libertar-me das muralhas, altas e que não me deixam chegar ao céu. Quero libertar-me do medo de correr descalça na areia. Libertar-me do medo de correr mar dentro e me deixar embalar por ele. Libertar-me do medo de abrir asas e voar. Libertar-me do medo de nunca ser suficiente, de nunca ser amada.

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