sábado, 26 de julho de 2014

Plano

Todas as noites, quando relembro o teu sorriso a chegar aos teus olhos e a contagiarem os meus, fico sem fala, pela dor que chega só depois, pelos abraços que não dei, pelos beijos que foram aquém do desejo, pelas palavras que ficaram no coração e não houve cordas vocais para lhes dar vida, e questiono-me se sabes de tudo isto, de todo o arrependimento que deixo assombrar-me o amor que te tenho, e depois volto a pensar em ti, e deixo o rasto da saudade a pesar o coração, e as lágrimas, que nunca chegam a cair das beiras dos olhos, enquanto os esfrego e as afasto, e só sorrio, deixando o teu sorriso gravado na minha memória servir de espelho.
Hoje fui mais longe! Comecei o dia pelo peso das saudades, deixei-as pesar no coração, deixei o sorriso chegar pela memória, regressou o arrependimento pelos abraços, beijos e palavras que foram parcas confrontando com a vontade, e quando te vi chegar tinha já o plano de não deixar nada para trás.
Chegaste com essa leveza característica, com esse ar da própria felicidade, riste, riste como se a lei to proibisse e tu fosses o maior rebelde, e eu amei-te ainda mais, como se me pudesse apaixonar de novo por ti, de todas as vezes que te vejo ser livre.
E não houve arrependimentos no fim, porque dei todos os abraços, os mais apertados, tentando deixar um pedaço de ti sempre comigo, beijei-te como se pudesse entregar-te o meu amor num beijo, sendo ele infinito, e disse-te tudo o que as palavras podem dizer em nome do coração. Hoje também eu vim leve para casa, e sinto-me a flutuar entre as memórias, entre o som do teu riso, o bater do teu coração ao meu toque, a tua cabeça pousada no meu colo enquanto te afago o cabelo.
Hoje se chorar não preciso esfregar os olhos, porque sinto-me verdadeiramente feliz. E não há nada de errado na felicidade. É ser tão livre como tu.

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