sábado, 21 de dezembro de 2013

Amar. Escrever.

Escrevem-se cartas de amor.
Que as levará o vento.
Cheiram a alfazema.
E foram escritas em tinta permanente.
Não houve sangue derramado.
Mas as palavras vieram directamente do coração. A mão fluía e no cérebro não seguia nenhum pensamento, além da leitura da bela carta, pela mão imparável, que seguia ordens da morada deste amor.
A boca sabia a chocolate, e papéis que outrora haviam embrulhado bombons saborosos amachucados agora se encontravam junto às folhas ainda por escrever.
Coração romântico sempre encontrará palavras para falar de amor, escreverá cartas enquanto esse amor viver, escreverá cartas de alegria, e cartas de tristeza se um dia chorar. Beijará as cartas, deixará lá o toque dos seus lábios como quereria deixar no amado. Deixará lá o seu perfume. A sua essência. A sua alma.
Coração romântico é intenso. Vive a felicidade com cor, com cheiro, com sabor, com risos e danças. Pairam músicas no ar, e as borboletas parecem dançar, mesmo quando surge chuva no verão. Chora e se despedaça, sente dor, uma dor lancinante, e questiona-se se a morte não será mais fácil e menos penosa.
Mas nunca pára de escrever.

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