domingo, 2 de junho de 2013

A dor, enterrei-a.

Eu gostava do cheiro característico ao chegar a casa, gostava do cheiro a terra molhada quando acabava de chover, gostava do cheiro das árvores na primavera, da melodia do vento nos ramos, dos pássaros a cantar. Gostava do meu canto, no meu quarto, só meu, todo aquele espaço, onde cresci, onde vivi e sobrevivi. Tantas recordações...
Sinto falta de ouvir o cão ladrar lá fora. Sinto falta de ouvi-lo arrastar a corrente na noite silenciosa. Lembro-me de como me sentia segura por te-lo ali fora, o meu guarda.
Sinto falta do cão que pulava nas minhas pernas ao meu ver.
Sinto falta dos meus gatos, de os ter todos aninhados a minha volta, na minha cama.
Sinto falta de cada um deles, duma forma que me faz doer o coração.

Quantas vezes disse que ali não era feliz, e tantas vezes que não fui, mas quantas vezes digo que não quero lá voltar, tudo o que havia lá, morreu ou desapareceu, ou já não é meu, não mais me pertence e não mais pertenço aquele lugar.
Mas porquê, porque tenho saudades?

E mais uma vez, vou esquecer esse sentimento, enterra-lo bem fundo em mim, e continuar (...)

Sem comentários:

Enviar um comentário