terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Talvez tenha chegado a uma boa conclusão...

Os sentimentos são fortes. Vêm até à superfície da pele, de não caberem dentro de nós. Mas eventualmente começam a fazer comichão.
Eu coço. A pele fica vermelha. Eu coço ainda mais, até o sentimento cair como uma pele morta.
Mas a ferida fica. E dói.
A dor permanece, mas aprendemos a virar os olhos, a esconde-la, a ignora-la. Até que sangra de novo e nos tira a atenção.
Hoje, sou quase um fantasma.
Um fantasma de memórias. Ainda choro feridas antigas, ainda as carrego comigo, porque não sei onde as largar. puxo cem malas invisíveis, e demoro a percorrer o futuro, com um olhar sempre para trás das costas.
Vasculho essas malas preenchidas de coisas que eu achei serem verdadeiras e que hoje me questiono se não foram todas falsas. A dúvida implanta-se e uma raiva surge, com um gosto amargo na boca. Mas depois encontro algo que foi realmente verdadeiro, e tudo o resto parece menos importante. Talvez devesse carregar apenas a verdade, aliviar-me da carga, e dar lugar a novas bagagens.

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