Hoje em dia amar é pouco mais que vender promessas baratas.
São tão comuns. Tão disseminadas nesta imensidão de rostos anónimos. Cada um já terá ouvido dessas promessas de um amor (in)capaz.
Acredito que só quem tenha sofrido nas mãos desse charlatanismo saiba do que falo. Os charlatães? Não admitem a existência deste "amor" tão falso . Escondem-se atrás do "amor é passageiro". Mas não explicam como amam hoje esta e amanhã outra pessoa, como, sem ainda bem a conhecerem, já prometem "para sempre's".
Admito a existência de pessoas que precisam de algumas horas para saberem o que querem, para saber o que sentem, mas isso não acontece três vezes por semana. Esses são os que nunca sabem o que querem, mas gostam de se fingir conhecedores dos sentimentos. E o que fazem? Quebram corações com simples "Não dá mais", "Afinal não era o que eu queria", "O problema não és tu, sou eu", "Conheci outra pessoa". Como aceitar isto no fim de mil promessas, que nunca foram nem serão concretizadas? Quem repara o sentimento de vazio, de engano, de traição, que permanece numa pessoa enganada? Não permanece apenas o tempo que tiveram juntos, não desaparece ao fim dumas horas, duma semana ou duas. Fica a marcar território. Porque doeu. Dói acreditar em mentiras.
Os charlatães precisam de sofrer do mesmo mal, precisam de acreditar em mentiras que eles próprios contam, precisam que doa. Talvez aí, sejam como eu, e não voltem a fazer promessas vazias.
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