Caminho nesta ponte de pedra. Tem buracos, e é já antiga, e eu bem sei como tenho medo de alturas. Deixo o pé beijar a morte, e o olhar segue em frente enquanto caminho e enfrento o vento que me quer deitar ao chão. Seguiria facilmente por outro caminho, onde não tivesse medo, mas que seria eu além duma cobarde?
São dias, que esta ponte leva a atravessar, e eu não sei se vou tropeçar, ou se vou chegar ao fim intacta. Mas tenho que aceitar com bravura a minha demanda, "o que não nos mata torna-nos mais fortes". Há um suspiro a cada dez passos dados sem parar, e eu paro com medo onde colocar o pé a seguir. Já não sei onde o colocar, enquanto já não posso voltar atrás.
Envolta em névoa, não vejo onde passo ou o que me rodeia. Não vejo o fim do caminho, nem se ele algum dia será mais que um precipício. Não terá a ponte desabado em algum momento?
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