Deito-me na tua cama, nesses teus lençóis lavados. São macios e cheiram a flores. A cor da minha pele contrasta com a sua brancura, e eu enrolo-me neles, e afundo-me no teu peito, também nu. Fecho os olhos enquanto apagas as luzes, e entrelaço o meu corpo no teu preparando-me para dançar. O ritmo dá-o o som da chuva lá fora, que não parece querer parar.
O relógio pára, e o silêncio invade-nos excepto pelo som das nossas respirações sincronizadas.
Toco no teu peito e sinto o teu coração bater rápido e beijo o teu pescoço, a tua face e os teus lábios como exigindo-os só para mim.
Os teus lábios queimam, assim como as tuas mãos roçando o meu corpo e puxando-me para ti. Abraçamo-nos e perdemos a noção de um mundo em que a única realidade que interessa somos nós dois. Vem até mim, todas as vezes que os ponteiros do relógio soarem. Vem até mim, todas as vezes que a lua se esconder ou aparecer atrás duma nuvem. Vem até mim todas as vezes que as gotas da chuva molharem o chão da calçada. Vem até mim, que não te deixo ir longe, e te agarro com ambas as mãos. Mas nenhum de nós se quer levantar.
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