Há marcas que ficam. Há cicatrizes, e dores que vão e que voltam, como um bumerangue.
É possível tentar esquecer, arrancar da memória é que não é tão fácil, e por isso, nunca passa do tentar.
Quem sabe um dia as cicatrizes sarem e desapareçam da pele, e nunca mais sejam recordadas.
Até lá, terei que me habituar com as suas intrusões em alturas inapropriadas, quando não há sequer uma altura apropriada, e tentar não enlouquecer.
É difícil lidar com pensamentos automáticos, quando nem mesmo temos noção deles, quando os sentimentos afloram a pele, nos deixam quentes e trémulos, e não temos pistas do porquê. Mas às vezes há um insight, e boom, surgem todas as memórias dolorosas, todas as noites sem conseguir dormir, todos os dias com a mente vagando tentando solucionar as dúvidas impostas, e os gatilhos para a dor e a dúvida são agora muitos. Porque não posso apenas mexer na minha cabeça e consertar?
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