Carrego um cubo opaco dentro do peito.
Nele escondo as minhas feridas, de olhares indiscretos, de aguçados ouvidos, de atentas e perspicazes pessoas. É um cubo pesado, que torna lentos os meus movimentos, que me faz andar atrás, que me faz parar no caminho para recuperar o fôlego. Dificulta-me a respiração, e torna o ar impuro para o meu corpo. Este meu corpo tudo quer rejeitar, e o estômago encolhe-se no vazio. Ele pede para ficar sozinho no desespero.
O cubo carrega uma vasta onda de escuridão e eu abraço-me para me proteger do ar gelado que de lá sai. Mas como nos protegermos de nós próprios? do nosso interior?
Porque quero carregar sozinha este peso?
Sem comentários:
Enviar um comentário